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Simplesmente criança

Se uma criança tem pressa, ela simplesmente corre. Não anda depressa com passos largos - o que não é andar nem correr. Ela simplesmente corre.


Se uma criança está triste, ela simplesmente chora. Não simula sorrisos com olhar desanimado - o que não é sorrir nem chorar. Ela simplesmente chora.

Se uma criança não gosta, dificilmente ela finge gostar. Tampouco grita ódio aos sete mares. Ela simplesmente não gosta.

Se uma criança existe, ela simplesmente vive. E se está feliz, não fica gritando felicidade: preocupa-se apenas em senti-la. 

Ela simplesmente vive. E isso basta.

O dia em que a ansiedade me fez bem

      Sala de aula. Eu estava em um momento que as pessoas costumam chamar de “crise de ansiedade”. Chamem como quiser. Sei que eu tremia, meu coração estava acelerado, quase saindo pela boca. Minhas mãos estavam frias. Meu corpo estava paralisado, de forma que eu não conseguia sequer comer algo (muito embora eu estivesse me sentindo até mesmo fraca de fome). Por fora, as pessoas poderiam achar que eu estava bem. Mas, por dentro, eu parecia explodir.
Tentei ficar no controle da situação. Senti que, pelo menos dessa vez, eu iria superar essa ansiedade. Comecei a procurar alternativas que pudessem me tranquilizar: jogar no celular, fechar os olhos, respirar lentamente, conversar com alguém. Parece que meu psicológico começava a se recompor.
Mas meu corpo ainda pedia ajuda. Não que eu ache que corpo e mente sejam separados. Mas eu simplesmente sentia que eles ainda não estavam em sintonia.
Até que saí da sala e o acaso me fez caminhar um pouco. Quando menos esperei, estava embaixo do sol. O sol que me faz doer o olho. O sol que me faz sentir a pele queimar. Mas foi o mesmo sol que me fez sentir viva. O mesmo sol que me fez passar o frio. E me causou um calorzinho na pele que chegou até o coração, que antes parecia tão frio e apertado.
Passei por flores tão bonitas e bem cuidadas. Como se quem cuidasse delas fizesse isso não só pela profissão, mas pelo amor às flores. Logo vi que, sem amor, elas não estariam bonitas assim. Passei por gatos tão tranquilos. Uns dormiam, outros brincavam. Vi pessoas felizes. Comecei a pensar apenas no que eu via à minha frente. Vez ou outra me surgia algum pensamento. Mas não eram mais pensamentos perturbadores: eram pensamentos bons.
E quando percebi, a dor da ansiedade tinha se transformado em algo tão simples, puro e tranquilo. Por mais contraditório que isso possa parecer, essencialmente eu sei que sou tranquila. Eu finalmente estava próxima de quem, na realidade, eu sou. Eu vejo poesia em tudo. Às vezes, a ansiedade sinaliza que algo está errado. E te mostra que talvez você esteja distante de você mesmo.

E foi hoje que a ansiedade me fez bem.

O que é o amor? (Aos olhos de uma criança)

        Eu estava no meu estágio - em uma sala de educação infantil. Por acaso, no intervalo da aula, ouvi uma conversa entre duas crianças (ambas de apenas 4 anos - nomes fictícios):
Juliana: Você está desenhando um coração?
Isabela: Estou desenhando o amor.
Juliana: Isso não é o amor. É um coração.
Aquela simples conversa me chamou atenção. O que aquela criança tão pequena teria a dizer sobre o amor? Então me atrevi a perguntar: "Juliana, o que é o amor?"
        No mesmo instante, ela ficou muda, olhando para mim com os olhos meio que arregalados, como se não soubesse o que dizer (embora soubesse muito bem a resposta).
        Ainda calada, ela levantou da cadeira, foi até onde eu estava e beijou meu braço. Achei bonito aquele gesto e retribuí com um abraço; mas, talvez por ignorância, não compreendi que aquela tinha sido a resposta para o que eu havia perguntado.
Tornei a perguntar: 
        - O que você acha que é o amor?
        A criança logo viu que eu não havia entendido. Mas ela já devia estar acostumada, pois, às vezes, os adultos demoram mesmo a entender. Pacientemente, ela tentou "responder" de novo, e me deu parte do lanche que ela estava comendo. Alegremente, eu agradeci.
        Mesmo surpreendendo-me com tamanha sabedoria vinda de alguém com tão pouca idade, eu começava a desconfiar que aqueles gestos eram, de fato, uma resposta à minha pergunta. Eu sabia que havia feito uma pergunta abstrata demais para a criança, mas desconfiei que nenhuma resposta em palavras poderia responder melhor sobre o amor.
     Para Juliana, a resposta já estava clara. Para ela, palavras realmente não pareciam ser o melhor jeito de representar o amor. Mas aquela criança, com pouquíssimos anos de vida, teve a sensibilidade de perceber que eu ainda precisava de uma resposta (mesmo que, para ela, aquilo tudo fosse tão óbvio).
        Ela explicou novamente, dessa vez com palavras (talvez ela soubesse que os adultos sempre tentam transformar - ou reduzir - tudo em palavras):
         - Amor é quando a pessoa tá com fome e você divide a comida. Também é quando a pessoa não tem onde sentar e você senta na pontinha e divide a cadeira. Entendeu?
         - Entendi. Muito obrigada! - Respondi, como se ela estivesse me ensinando algo (e estava, na verdade).
        Aquela foi uma resposta aparentemente simples, mas com um significado enorme. E é exatamente assim que é o amor! Naquele dia, eu aprendi uma coisa importante: por mais que tentemos descrever o amor, seu real significado sempre estará nas verdadeiras e simples atitudes. O amor é algo que não precisamos descrever; apenas praticar e sentir. 

6 consequências negativas da Internet e da era da informação

A Internet está aí com um monte de informação sobre... praticamente tudo! Podemos encontrar textos que vão do entretenimento à ciência. Fotos de monumentos históricos, de seres microscópicos, de galáxias e do fundo do mar, antigamente, eram uma coisa raríssima! Mas não é um "antigamente" tão distante assim. Porém, além das vantagens que isso tudo nos traz, se não tivermos cuidado, podem haver também algumas consequências não muito boas:

1.Banalização da arte e da ciência. As informações não são mais tão raras como eram antes. E isso é ótimo, claro! Há maior acessibilidade. Mas estudos incríveis tornaram-se descartáveis. A arte tornou-se banal. Há algum tempo, quando as pessoas encontravam uma arte bonita, por exemplo, importavam-se mais com aquilo. Como a informação não era tanta, o pouco que tínhamos acabava nos encantando. O mesmo acontecia com artigos científicos, com documentos...


2.Qualidade X Quantidade. Muitas vezes, o aumento da quantidade acompanha a perda da qualidade.  Se temos informações por toda parte, é claro que devemos filtrar cada vez mais o que vemos por aí. Não podemos (nem devemos) simplesmente absorver toda e qualquer informação que encontramos. Infelizmente, nem todos fazem isso.


3.Banalização de registro de momentos importantes. Antes, quando as pessoas presenciavam um momento importante, tiravam fotos que depois eram reveladas e muito bem guardadas (em álbuns ou porta-retratos). Hoje, parece que as coisas se inverteram: as fotos não existem para registrar momentos, e sim, os momentos existem para que as fotos sejam tiradas e postadas nas redes sociais. Hoje, tiram-se selfies o tempo inteiro e as fotos perderam um pouco do significado que tinham. Com a facilidade para tirar fotos, poderíamos ter muitas fotos para ver no futuro; mas sabemos que isso se tornou tão banal que, muitas vezes, acabamos perdendo, abandonando ou até mesmo excluindo nossos “preciosos” registros.


4.Comunicação superficial.  Atualmente, é muito fácil enviar e receber mensagens de alguém. Seja por torpedo, por mensagem de celular, por Whatsapp, por Facebook ou por qualquer outro meio. Uma mensagem pode facilmente ser visualizada e não respondida (ou respondida com pouquíssimas palavras). Tudo está tão instantâneo e acessível que às vezes não damos mais tanta atenção a um recado recebido. Antigamente, se alguém mandasse uma carta, aquilo tinha muita importância! Se alguém te enviava uma carta era porque, provavelmente, se importava mesmo com você, não é mesmo? Hoje, se importando ou não, é simples estabelecer contato. Mensagens de "Feliz Aniversário" eram especiais. Hoje, nem sempre. Com essa facilidade toda, devemos ter cuidado para que a comunicação não se torne tão superficial.


5.As pessoas acham que sabem de tudo. Em frequentes discussões de Facebook e comentários de Youtube, por exemplo, é estranho como as pessoas estão sempre dispostas a fazer críticas sobre tudo, como se fossem especialistas em dezenas de assuntos. Na verdade, os argumentos muitas vezes são “roubados” diretamente da Internet, de sites que, muitas vezes, nem confiáveis são. As pessoas se sentem doutores em tudo, quando, na realidade, acabam tendo conhecimentos tão superficiais que não conseguem se aprofundar nos assuntos. No final das contas, elas acabam não sabendo quase nada.

6.Pouco uso da memória. Às vezes, achamos que, como já que temos a Internet ali, o tempo todo, não precisamos "perder tanto tempo" estudando algo que consideramos importante. Afinal, achamos que sempre teremos o Google para consultar a informação que queremos. Ou o celular, com o número dos amigos. Mas era engraçado como antigamente sabíamos de cor o número do telefone de muitas pessoas. E nos empenhávamos mais para decorar a receita daquela sobremesa. Na verdade, nos tornamos praticamente dependentes do HD do computador, mesmo tendo nosso próprio "HD". Quanto mais usamos nossa memória, mais estimulamos nossos neurônios e nos tornamos mais inteligentes. Então...

8 vantagens de ser uma pessoa ansiosa

Nós sabemos que existem muitas desvantagens em ser uma pessoa ansiosa. Sofrer por antecipação, dificilmente conseguir relaxar, passar noites em claro, acordar cansado e não conseguir se concentrar em uma única coisa são apenas alguns dos dramas que nós, ansiosos, estamos acostumados a presenciar.
Mas o que nem todos comentam é que a ansiedade, até certo ponto, quando não é tão exagerada, também pode ter suas vantagens (que não acontecem com todos, mas, se você tiver um pouquinho de sorte provavelmente irá se identificar com algo):

1. Fazer várias coisas ao mesmo tempo. Mesmo que isso te enlouqueça, se você é ansioso, provavelmente você está agora com várias abas abertas no navegador. Você estuda, vê o Facebook, responde e-mails, vê sites de entretenimento, edita algumas fotos e o que mais seu computador (e seu cérebro) aguentar. Às vezes pode parecer difícil esperar o fim de um vídeo no youtube e, quando você menos percebe, está com 57 vídeos abertos, sendo assistidos quase que simultaneamente.



2. Pontualidade e responsabilidade. Se você tem um compromisso importante à noite, desde cedo irá começar a se preparar. Você saberá a real importância da pontualidade e nunca irá compreender quem sai com apenas alguns minutos de antecedência. Dificilmente você irá se atrasar. ~Por isso, nunca dê "bolo" em um ansioso e nem o faça esperar demais. Para ele, alguns minutos podem ser uma eternidade.~ Ah! E se você tem um trabalho para entregar em determinado dia, a tendência é que você leve MUITO a sério essa data de entrega.

3. Perfeccionismo. Ser perfeccionista também tem suas vantagens. Um ansioso normalmente tenta dar o seu melhor naquilo que ele considera importante (por mais que nem sempre consiga deixar tudo como ele quer). 


4. Não acomodar com o que incomoda. Se alguma coisa não te faz bem, todos os sintomas da ansiedade vêm à tona com uma intensidade maior que o comum. Mãos frias, coração batendo forte e todas aquelas coisas que tiram a paz. Ninguém aguenta isso por muito tempo. Assim, a tendência é enfrentar a situação ou até mesmo correr para bem longe do que está fazendo mal.


5. Identificar facilmente o que realmente importa. Assim como o que faz mal traz ansiedade, um ansioso sabe identificar melhor ninguém o que ele deve ter por perto. Mesmo que a ansiedade preencha boa parte do seu dia, você sabe muito bem quem é aquela pessoa ou aquelas coisas que te fazem descansar a cabeça. 



6. Autenticidade. Se você gosta de alguém, você não conseguirá fingir não gostar e, muito menos, fazer "joguinhos" com ela, como se fazer de difícil demais e esperar a pessoa te ligar. Se você sente vontade de ligar, você simplesmente liga. Por outro lado, se alguém que você não gosta está ligando, você evitará ao máximo atender aquela ligação, justamente para evitar um pico desnecessário de ansiedade. 



7. Perseverança.  Se, por exemplo, você liga para alguém e esse alguém não atende, você continuará tentando, quantas vezes for preciso, até conseguir.



8. Acabar com as incertezas. É verdade que a vida é e sempre será cheia de incertezas. Mas é fato também que a dúvida é "mestra" em causar ansiedade. Portanto, quanto mais dúvidas você tiver, mais ansioso irá ficar. Se um ansioso está incerto de algo, ele provavelmente irá  fazer de tudo para se certificar do que realmente está acontecendo. O ansioso sempre irá buscar a certeza ou pelo menos passar perto disso! E isso é muito importante para agir e lidar melhor com as situações. Reduzindo as dúvidas, podemos decidir melhor se devemos investir na situação ou até mesmo "cair fora".



Lembrando que se sua ansiedade for muito exagerada, provavelmente as vantagens serão bem menores. De qualquer forma, ninguém gosta de ser ansioso, mas não custa nada procurar o lado bom desse ~carma~.
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